quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Que vergonha Brasil IV

Veja quantos salários são necessários para comprar um carro
Para comprar uma Ferrari F430 zero quilômetro um trabalhador precisa reunir suas economias durante 247 anos
Texto: Rodrigo Samy
Fotos: Divulgação
(04-02-09) - Entrou em vigor no início de fevereiro o novo salário mínimo. Agora a quantia é de R$ 465 contra os R$ 415 do ano passado, um reajuste de 12%. Para você comprar um carro popular no Brasil é preciso guardar cerca de 50 salários mínimos, algo próximo de quatro anos trabalhados. O WebMotors elaborou um ranking baseado no novo salário mínimo, instituído pelo governo, para você ter uma idéia de quantos anos um cidadão que recebe a quantia de R$ 465 precisa para comprar um automóvel zero quilômetro. Veja o quanto é preciso para comprar os modelos mais vendidos da quinzena, além de outros:1 – novo VW Gol 1.0 – R$ 25 mil – 53,7 salários = 4,47 anos2 – GM Classic 1.0 – R$ 25,40 mil – 54,6 salários = 4,55 anos3 – Fiat Mille 1.0 – R$ 22 mil – 47,3 salários = 3,94 anos4 – Palio Fire 1.0 – R$ 25 mil - 53,7 salários = 4,47 anos5 – Chevrolet Celta – R$ 25 mil - 53,7 salários = 4,47 anos6 – Fiat Siena Fire – R$ 28,60 mil – 61,5 salários = 5,12 anos7 – Ford Fiesta hatch 1.0 – R$ 29,80 mil – 64 salários = 5,3 anos8 – Ford Ka 1.0 – R$ 24,50 mil – 52,6 salários = 4,3 anos9 – Honda Civic – R$ 62 mil – 133 salários = 11 anos10 – Fox 1.0 – R$ 30 mil – 64,5 salários = 5,3 anosOutros ...1 – Fiat Linea T-Jet 1.4 – R$ 74 mil – 159 salários = 13,25 anos2 – GM Vectra 2.4 – R$ 82,50 mil – 177,5 salários = 14,8 anos3 – Mitsubishi Pajero 2.5 – R$ 120 mil – 258 salários = 21,5 anos4 – Audi R8 4.2 – R$ 555 mil – 1193,5 salários = 99,5 anos5 – Ferrari F430 – R$ 1,38 milhão – 2967,7 salários = 247,3 anos6 – Ferrari Scaglietti – R$ 1,9 milhão – 4086 salários = 340 anos7 – Nissan 350Z 3.5 – R$ 195,90 mil – 419,3 salários = 35 anos8 – Volvo XC90 V8 – R$ 249 mil – 535,5 salários = 44,6 anos9 – BMW M3 Sedan – R$ 405 mil – 871 salários = 72,5 anos10 – Porsche Cayenne T. – R$ 520 mil – 1118 salários = 93 anos
Valores sugeridos pelos fabricantes ou calculados em simuladores das concessionárias. Para chegar ao número de anos trabalhados não foram aplicadas as parcelas do 13º salário.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Vou guardar essa


Lula: 'Se crise chegar ao Brasil, chega mais leve'
1 hora, 16 minutos atrás
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje, a uma platéia de cerca de três mil trabalhadores metalúrgicos em Angra dos Reis, que a crise econômica mundial não chega ao Brasil e afirmou que não haverá um pacote econômico no País. "Esta é a primeira vez que um governo não precisa explicar ao povo que a crise é internacional e não local. Todos estão cansados de ouvir isso. Mas muitos acham que é prepotência minha dizer que esta crise não chega ao Brasil. Digo e insisto: se chegar, chega mais leve, mesmo que haja quem esteja torcendo para ela chegar logo e causar estragos", considerou o presidente, em cima de um palanque montado em meio ao estaleiro Brasfels, onde foi batizada a plataforma P-51 da Petrobras.
"Todo mundo sabe que o que está acontecendo se deve à especulação financeira que começou nos Estados Unidos. Eles brincaram com a economia mundial e, na hora que a porca entorta o rabo, sobra pra nós", disse Lula, para lembrar em seguida que "desta vez será diferente", porque o País fez como "na história da cigarra e da formiga: enquanto eles cantavam, a gente trabalhava". A citação foi feita com relação ao fato de o Brasil ter se transformado em credor externo (com reservas superiores a sua dívida internacional).
"A crise americana é muito profunda. talvez seja a maior crise nos últimos 50 anos. Só teve igual a esta em 1929. E ela está chegando na Europa, porque os bancos europeus participaram do cassino imobiliário dos Estados Unidos", disse o presidente, lembrando que nas crises do México, Ásia e Rússia, os "rombos" da economia mundial foram bem menores, em torno de US$ 50 bilhões, e o Brasil "quase quebra". "Mas nesta, nos Estados Unidos, o rombo já é de US$ 1 trilhão só lá dentro. A mágoa deles e de alguns aqui dentro é de que o Brasil não quebrou. Eu não estou dizendo que não teremos dificuldades, mas que até agora estamos em pé".
Pacote econômico
Lula foi bastante enfático ao afirmar que a atual crise econômica mundial não deverá motivar a formação de um pacote econômico no País. "Não haverá nenhum pacote econômico", disse. Ele ainda reiterou que "todas as vezes em que houve um pacote econômico no Brasil, o trabalhador é que foi prejudicado."
O presidente ressaltou que foram tomadas medidas econômicas de apoio aos bancos pequenos e aos exportadores. "Cada medida será tomada conforme ela for exigida no dia-a-dia", disse. Lula acusou os Estados Unidos de terem feito a "farra do boi" com o dinheiro público. "O trabalhador sabe que se fizer a farra do boi com seu salário, quem vai pagar é o seu filho. E a gente não deve governar um país, mas cuidar de um país, como se cuida de uma família, sabendo que quem vai sofrer as conseqüências são os nossos filhos", disse.
Ele destacou que espera que o "pacote americano ajude a resolver o problema deles". "Mas pelo amor de Deus, agora que deixamos de comer o pão que o diabo amassou e começamos a comer um pãozinho com mortadela, eles que não venham querer se socializar com a gente. Este tipo de socialismo não queremos. Queremos socializar a bonança e não a miséria".
Ainda falando sobre a crise, o presidente defendeu à platéia que é preciso que "ninguém se abale com a crise". "É preciso que cada um de nós acredite que o País se encontrou com seu destino e não há nada no mundo que vai fazer com que reapareçam o desemprego, a miséria e o abandono. A crise gera especulação, gera desconfiança e depois cidadão fala que não vai gastar seu dinheiro e vai guardar. Peço a vocês que não façam isso, e continuem fazendo a mesma coisa que estavam fazendo."
FMI
Lula também cobrou uma maior atuação do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta crise. Ele lembrou que "quando era o Brasil ou a Argentina que apresentava uma crise, o FMI sempre dava palpite e ditava o que fazer ou não fazer". "Cadê o FMI agora?", indagou o presidente. Ainda para ele, tanto os Estados Unidos quanto a Europa "fingiram que não têm crise". "Eles são iguais àquelas pessoas que não gostam de pobre. Vão para a reunião do G8, querem falar da Amazônia, mas não falam de crise".

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ate onde vai a inteligencia do brasileiro


Farmácia no RS vendia remédio que 'enganava' bafômetro
Qua, 01 Out, 06h04
O Conselho Regional de Farmácia (CRF) autuou na manhã de hoje uma farmácia em Porto Alegre e duas farmacêuticas que trabalhavam no estabelecimento por propaganda enganosa e indução a crime. A farmácia tinha um cartaz anunciando a venda de um produto que "permitiria beber e passar no teste do bafômetro". As duas farmacêuticas responsáveis também foram suspensas pelo CRF, que instaurou um inquérito administrativo para apurar as responsabilidades.

Segundo o presidente do CRF, Juliano da Rocha, a empresa anunciava o produto inclusive pela internet a preços bem acessíveis. Ele disse que se trata de um produto lançado há pouco mais de um mês no mercado nacional e que deve ser comercializado com receita médica para o tratamento do alcoolismo crônico.
Rocha disse que o "pidolato de piridoxina já é utilizado em diversos países do mundo neste tipo de tratamento e é um medicamento legal, no entanto, não produz os efeitos anunciado pela farmácia, além disso, as nossas colegas e o proprietário do estabelecimento estavam incitando os consumidores a dirigir após a ingestão de bebidas alcoólicas".
Um jornal e uma emissora de rádio da capital gaúcha realizaram um teste com um voluntário. Ele tomou quatro latas de cerveja usou o medicamento e submeteu-se em seguida ao teste do bafômetro e foi constatado que seu hálito continha 0,27 mg de álcool por litro de ar expelido.
O presidente do CRF disse ainda que o remédio pode tirar o efeito da bebida alcoólica, mas deve ser feito com um tratamento supervisionado por médicos, prolongado e por alcoolistas crônicos. "Nunca apenas para tentar driblar o bafômetro", disse o farmacêutico, insistindo que, ao anunciar isto, a farmácia estaria incitando os consumidores a cometer crime previsto no código penal. Um dos proprietários da farmácia, Antônio Francisco Fonseca, admitiu a fraude e prometeu apurar as responsabilidades.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Que vergonha Brasil III

César Cielo abriu mão de disputar o Troféu José Finkel, em São Paulo, e não precisou dar nenhuma braçada para ser o centro das atenções nesta terça-feira no Corinthians, que abriga a competição. Com o prestígio de quem foi a Pequim e voltou com um ouro e um bronze, o nadador soltou o verbo contra a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Chateado com a falta de reconhecimento da entidade, o campeão olímpico não economizou nas palavras. - Só recebi parabéns até agora. Estou na mesma situação em que estava antes das Olimpíadas. Não associo minha imagem à CBDA, que só quer encher o saco - desabafou Cielo nesta terça-feira, isentando apenas o coordenador técnico da entidade, Ricardo Moura, responsável por integrar o australiano Brett Hawke, treinador do brasileiro, à comissão técnica da seleção em Pequim.


Sei que alguém vai me dar um prêmio, mas não sei quem é e não sei quanto é. O único dinheiro que vi até agora foi o do desfile. Mas isso é com o meu pai. Aqui no Brasil, a gente tem que chorar até por um maiô"

Com o ouro no peito, o atleta conta que, agora, pode falar o que pensa. Diz que, se não conquistasse as medalhas em Pequim, seria detonado pela Confederação. Irritado, afirma ainda que não ganhou um só centavo com a vitória e que, no Brasil, é preciso chorar até pelas pequenas coisas. - Sei que alguém vai me dar um prêmio, mas não sei quem é e não sei quanto é. O único dinheiro que vi até agora foi o do desfile. Mas isso é com o meu pai. Aqui no Brasil, a gente tem que chorar até por um maiô.


Julyana Travaglia/GLOBOESPORTE.COM
Ao avaliar os patrocinadores, Cielo poupou a fabricante de eletrônicos e criticou os Correios
Cielo citou alguns momentos que o fizeram se irritar com a CBDA: o corte de patrocínios em 2006, a revolta da confederação com a sua ida para os EUA e, principalmente, sua ausência no encontro com o Presidente Lula, no Palácio do Planalto. - Paguei várias competições do meu bolso por ser atleta profissional. Às vezes, os Correios dão uma grana, mas enrolam. De 2006 até o Pan-Americano, meu pai bancou tudo. Só nesta temporada, já gastamos US$ 2.500 (cerca de R$ 4 mil). Mas o cúmulo foi a cobrança da CBDA em cima dos pais sobre a minha ida ao Planalto. Eu estava nos EUA, e a confederação ficava ligando para os meus pais, atrapalhando o serviço deles.


Agora eles estão na minha mão. Sou campeão olímpico. Vão ter que me aturar pelos próximos quatro anos"

Cielo disse que muitas informações só vieram à tona agora, já que seus pais, querendo poupá-lo para as Olimpíadas, não contavam nada. Os telefonemas, por exemplo, só chegaram ao conhecimento do nadador agora. Contrariado, ele afirma que a CBDA vai ter de aturá-lo nos próximos quatro anos. - Agora eles estão na minha mão. Sou campeão olímpico. Vão ter que me aturar pelos próximos quatro anos. O que eles fizerem agora vai voltar para eles. Estou falando porque quero que todo mundo saiba a verdade. Procurado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, não quis comentar o assunto e culpou a imprensa. - Não tenho nada a dizer. Ao invés de ajudar, vocês só atrapalham.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O melhor emprego brasileiro

Candidatos enriqueceram 46% em 2 anos, diz ONG
Em dois anos, políticos que concorrem às eleições de 2008 enriqueceram 46%, segundo levantamento da Transparência Brasil, Organização Não-Governamental (ONG) voltada para o combate à corrupção. O balanço representa a média da evolução patrimonial declarada por 180 integrantes das Câmaras Municipais de capitais que foram candidatos nas eleições de 2006 e por 255 deputados federais e estaduais e senadores que concorrem a prefeituras e vice-prefeituras. No caso dos vereadores a média de enriquecimento foi de 41%; a dos senadores e deputados alcança 50%.
O mapeamento revela que dos vereadores que foram candidatos em 2006, 15 declararam não possuir bens naquele ano, mas em 2008 atingiram a média de R$ 108 mil cada. Outros nove que alegaram não possuir nenhum bem patrimonial, em 2006, passaram a mesma informação este ano. Dos 709 vereadores em exercício nas 26 capitais brasileiras, 663 buscam a reeleição ou concorrem aos cargos de prefeito ou vice. O patrimônio médio declarado é de R$ 377 mil.
Segundo a Transparência Brasil, tomando-se por base o Produto Interno Bruto (PIB) per capita das regiões metropolitanas das capitais, os vereadores dessas cidades são, em média, 45 vezes mais ricos do que a média da comunidade que representam. Desde 2006, os candidatos são obrigados a fornecer à Justiça Eleitoral suas declarações de bens. Os 180 vereadores que tentam a reeleição nas capitais possuem patrimônio total de R$ 70,51 milhões. Em 2006, declararam R$ 61,59 milhões, 41% a média de variação. Os 255 deputados federais e estaduais e senadores que agora disputam prefeituras declararam bens totais de R$ 244,05 milhões - em 2006, possuíam R$ 201,41 milhões; média de variação: 50%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Que vergonha Brasil II

Prisão de banqueiro expõe reação elitista
Por Hamilton Octavio de Souza - de São Paulo
Toda vez que o sistema policial-judicial denuncia altas bandalheiras e põe atrás das grades algum figurão, a reação das elites – econômicas, políticas, intelectuais – costuma ser imediata e eficaz, embora cercada de alguns disfarces. No caso das prisões do banqueiro Daniel Dantas, do especulador Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, a reação reproduziu o padrão habitual, de forma a escancarar que os privilegiados em geral são solidários com os seus criminosos e não aceitam que sejam tratados no mesmo nível de outros criminosos pegos pelo sistema.
Alguém já disse, acertadamente, que a Justiça brasileira não está preparada para a democracia. A polícia brasileira também não, assim como boa parte dos 10% mais ricos do país. Aqui ainda é normal que o BOPE invada as casas de favelados, aterrorize a população periférica e execute pobres sem que seja questionado pelas autoridades, pela imprensa corporativa e pelas organizações da sociedade. Aqui ainda é normal que a tropa de choque da PM avance para cima dos movimentos sociais e use todo tipo de violência contra as manifestações de trabalhadores, estudantes, mulheres, velhos e crianças.
Mas, quando a Polícia Federal desbarata verdadeiras quadrilhas dos mais variados crimes do colarinho branco (sonegação fiscal, estelionato, fraude, evasão de divisas, desvio de recursos públicos) e pega empresários, banqueiros, políticos, funcionários públicos graduados – especialmente gente com curso superior, mestrado e doutorado, com farto patrimônio em bens móveis e imóveis –, imediatamente aparecem na mídia respeitados figurões das elites para questionar e desqualificar a ação policial, mesmo quando preparada na conformidade da lei e com a ajuda do Ministério Público e do Judiciário.
As críticas das elites mais destacadas pela mídia empresarial dizem respeito à forma como se deu a denúncia e a prisão. Falam que houve “espetáculo” porque a imprensa teve acesso e gravou cenas dos figurões sendo presos. Falam que houve “abuso” e “violência desnecessária” porque os figurões foram algemados, o que é uma praxe recomendada pelos manuais de todas as polícias do mundo. Costumam lembrar, nessas horas, a importância do “Estado Democrático de Direito”, uma instituição que funciona para alguns, mas não vale para a maioria do povo.
Além disso, também nessas horas, advogados dos acusados, geralmente também figurões dos melhores escritórios do país, pagos a preço de ouro, procuram enfatizar que a prisão é descabida, já que seus clientes poderiam se defender das acusações sem o “constrangimento” das grades. Mesmo que tenham roubado grandes fortunas, assaltado os cofres públicos e praticado uma série infinita de delitos contra a sociedade, a lengalenga das elites é sempre a mesma: Exige um tratamento diferente ao dos ladrões de galinha que são encarcerados todos os dias pelo país afora. Por isso mesmo as elites brasileiras – os mais ricos, mais influentes e mais poderosos – não estão preparados para a democracia.
A maior demonstração de que a Justiça brasileira também não está preparada para a democracia foi dada pelo próprio presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que criticou a “forma” e os “excessos” da operação policial que colocou o banqueiro Daniel Dantas na cadeia. Gilmar Mendes não demonstrou o menor interesse pelo fato essencial da operação, que foi o de desbaratar uma quadrilha que vem atuando há anos contra o povo brasileiro; não ficou sensibilizado com o fato de a operação policial ter colocado no mesmo nível de qualquer cidadão, democraticamente, figurões acusados de praticar crimes do colarinho branco.
O fato de Gilmar Mendes ter mandado soltar o bando do banqueiro Daniel Dantas, passando por cima de trâmites e prazos processuais, escancarou para a Nação a posição de classe do presidente do STF; expôs o órgão máximo da Justiça ao vexame público de que a Justiça não é igual para todos. A posição do presidente do STF, semelhante à reação das elites, lembra para a sociedade brasileira, mais uma vez, que a democracia ainda é algo muito distante da realidade. Aqui, os ricos ladrões do tesouro nacional vão continuar soltos, respaldados pelos poderes da República, enquanto os pobres ladrões de galinha pegam cana de verdade.
Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor da PUC-SP.

sábado, 12 de julho de 2008

Que vergonha, Brasil!

Sem contrato com a CBG, Jade Barbosa vive turbulência a um mês dos JogosPai diz que ginasta não recebe salário desde janeiro e teme por sua saúdeSimone Evangelista Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de JaneiroTamanho da letraA-A+Edson Silva/GLOBOESPORTE.COM Jade treina com Oleg: pai diz que fiha só está em Curitiba porque sonha com medalha olímpicaUma das maiores esperanças de medalha para o Brasil em Pequim vive uma dor de cabeça a um mês dos Jogos. A ginasta Jade Barbosa está sem contrato com a Confederação Brasileira de Ginástica. Desde janeiro deste ano, não recebe salário da entidade nem do Flamengo, seu clube, com o qual também ainda não formalizou um acordo, apesar de ter renovado por um ano. As informações são do jornal "Extra", do Rio de Janeiro.- A Jade nem sabe direito do que está acontecendo. Tento evitar falar isso com ela para não prejudicá-la - diz Cesar Barbosa, pai da atleta, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.Segundo Cesar, a CBG apresentou duas propostas. A primeira seria oferecer um salário de R$ 250,00 (referente a um repasse governamental), mais R$ 100, 00 de ajuda de custo. Outra alternativa seria um contrato pelo qual Jade ganharia R$ 350,00 e mais um bônus, desde que se comprometesse a fazer oito peças publicitárias para a empresa que patrocina a entidade.- Acho tudo isso uma falta de respeito com a atleta, com a família que se dedicou desde que ela tinha cinco anos. Todas as outras atletas assinaram, mas a Jade não está na ginástica para pagar a conta de luz. Não entendo como um país que quer sediar as Olimpíadas trata seus atletas como cachorros - dispara Cesar.'Não entendo como um país que quer sediar as Olimpíadas trata seus atletas como cachorros' - Cesar Barbosa, pai de JadeSaúde e condições psicológicas da ginasta preocupamO pai da ginasta também teme pela saúde da ginasta, já que, caso Jade se machuque durante as Olimpíadas, não há uma empresa comprometida a se responsabilizar.- Eu me preocupo, mas vou fazer o quê? A Jade só está lá (na seleção brasileira) porque tem chances de trazer uma medalha. Não sei quem é a pessoa responsável, mas acho que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) tem que tomar uma posição.Dia de Treinamento: Jade Barbosa extrai força da dor e das lágrimas . Clique e confira!Procurado, o COB afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que Jade terá um seguro saúde durante os Jogos, assim como todos os atletas da delegação brasileira. No entanto, além da segurança financeira de sua filha depois das Olimpíadas, Cesar também se preocupa com suas condições psicológicas para competir diante de tantos problemas.- A Jade não recebe nada da CBG, só escola, médico e moradia (em Curitiba, onde treina a seleção). Não tem direito nem a telefone, liga para casa a cobrar. Minha conta de telefone é de quase R$ 1.000. Ela fez 17 anos e eu comemorei pela internet (na última terça-feira, quando Jade competia com seleção na Bielorrússia). Foram incapazes de dar um telefone para ela ligar para a família. Depois dizem que ela está emburrada. Como não vai ficar, desse jeito?Site oficial é esperança de financiamentoO pai da ginasta, que sustenta a família com seu salário de arquiteto, se diz desiludido e acusa a supervisora da seleção brasileira de ameaçar mandar Jade voltar a treinar no Flamengo caso o contrato não seja assinado. Procurada pelo GLOBOESPORTE.COM, a dirigente preferiu não comentar as declarações.- Eu queria que ela voltasse para o Flamengo, mas não tem jeito. Se ela quer mesmo uma medalha, vai ter que continuar treinando com Oleg - conforma-se Cesar, que espera conseguir financiamento para Jade com a venda de produtos associados a seu nome através de seu site oficial, que deve ser lançado até o fim do mês.